quinta-feira, 24 de junho de 2010

INDÚSTRIA QUÍMICA NA AFRICA

Prof. Esp. Alcenisio Tecio Leite de Sá

A indústria química da África do Sul, incluindo combustível, plásticos e produtos farmacêuticos, é a maior do seu género em toda a África e foi classificada pelo governo como motor principal do crescimento económico.

Domina o processo de fabrico na África do Sul, juntando mais valor acrescentado à economia do que qualquer outro sector e sendo responsável por mais de metade dos empregos criados na teia de fabrico no seu conjunto.

Por um lado, esta indústria continua dominada pelas empresas nacionais, mas algumas multinacionais têm aqui os seus pontos de distribuição e várias delas envolveram-se com a manufactura local.

SUBSETORES
A indústria é dominada pelo sector químico, cujos combustíveis líquidos, olefinas, diluentes orgânicos e derivados minerais industriais representam 31% da produção de químicos no país.
Os restantes 10 subsectores são plásticos (cerca de 20%), produtos farmacêuticos (8%), químicos inorgânicos (8%), polímeros e borrachas (7%), químicos orgânicos (6%), derivados de borracha (5%), formulados a granel (5%) e químicos formulados de consumidor (5%) e químicos puros funcionais e de especialidade (5%).

Enquanto que estes três sectores – combustíveis, químicos formulados a granel e produtos farmacêuticos – têm maior saída do que se poderia esperar, atendendo ao volume geral da economia, a indústria de químicos da África do Sul é relativamente pequena em temos globais.
Dos cerca de 80.000 tipos dos produtos básicos ou químicos puros actualmente fabricados comecialmente no mundo, a África do Sul fabrica cerca de 300, a maioria dos quais são valores cotados em bolsa (commodity), de baixo valor e de elevado volume.

ESTRATÉGIA DO GOVERNO
As exportações de químicos da África do Sul tem vindo a aumentar, a uma taxa anual de 19% desde 1999, suportadas por novos acordos comerciais e mais competitividade, como resultado de baixos custos de fabrico e muitos minérios e produtos orgânicos para o fabrico. Os custos da energia são relativamente baixos neste país e o sector beneficia do acesso eficaz e o baixo preço da água e da corrente eléctrica.Mas apesar disso, importa-se muito mais do que se exporta. O governo pretende colmatar este desequilíbrio com a sua recente política industrial, com a intenção de lançar as exportações de valor acrescentado.

A indústria local está direcionada para um setor internacional que é competitivo e tem negligenciado outro que tem grande potencial para se desenvolver.
Inverter esta tendência ajudaria a indústria a aumentar o valor acrescentado, as exportações e o emprego. A produção a jusante tem um maior índice de mão-de-obra e abrange um maior número de pequenas empresas.

A beneficiação é a chave para esta estratégia. A África do Sul tem a vantagem natural das matérias primas minerais, mas a maior parte delas são exportadas em bruto. Há no entanto bastantes oportunidades para transformar estes materais, recorrendo ao uso de mão-de-obra e de capital, em químicos inorgânicos de valor acrescentado para exportação.

O governo e a indústria estão também a colaborar no sentido de serem encontradas vias de exploração de recursos não absorvidos, como as grandes reservas de fluorina.

PLÁSTICOS
A indústria dos plásticos da África do Sul está em boa forma, de acordo com uma recente entrevista na Engineering News, com muitos fabricantes a montante a produzirem produtos “que podem competir globalmente do ponto de vista de qualidade e desempenho.”As embalagens dominam, com mais de 50% do mercado nacional. A indústria dos plásticos foi severamente atingida há alguns anos atrás com a introdução do imposto sobre o saco de plástico, para limitar a poluição ambiental.

Mas as perspectivas são positivas e o governo identificou os plásticos como sendo um dos principais setores que criam emprego.

A produção de polímeros é uma área em franca expansão. A África do Sul exporta “quantidades significativas de polímeros”, segundo a Federação dos Plásticos Sul Africana, mas importa ainda enormes quantidades de intermediários de polímeros, como o polistireno, que não são fabricados aqui.A maioria das empresas de plásticos na África do Sul são pequenas, com mais de 800 empresas envolvidas no sector. Algumas têm tecnologia de ponta, como a Timber Plastics, que recicla resíduos plásticos, garrafas de refrigerantes, por exemplo, moldando-as em formas estruturais, como colunas, tábuas e vigas.

TECNOLOGIAS GÁS-PARA-LÍQUIDOS
A África do Sul é um dos líderes mundiais nas tecnologias do carvão e gás-para-líquido. Está entre os produtos de menor custo do mundo para o etileno e o propileno, graças ao acesso abundante de carvão de baixor teor e tecnologia de ponta.

PRODUTOS FARMACEÚTICOS
Existem boas oportunidades para os fabricantes de produtos farmacêuticos da África do Sul, com o governo a planear desenvolver a indústria nacional e animar a produção local de produtos farmacêuticos de maior procura, como os remédios antiretrovíricos usados para tratar o HIV/SIDA.
O governo tentará, por outro lado, apoiar o desenvolvimento de competências científicas e tecnológicas necessárias para apoiar o crescimento do sector.

PREOCUPAÇÕES COM O MEIO AMBIENTE
O sector químico tem como um dos pontos fundamentais a protecção do meio ambiente. A África do Sul foi o primeiro no mundo a adotar normas para a sua política de protecção do meio ambiente, introduzindo regulamentos que promovessem a gestão emrpesarial ambiental e desse orientações para a destruição de resíduos perigosos.

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